domingo, 1 de agosto de 2010

Entrevista com a banda Disiplin

Now I'll post the English version too. This is the portuguese version. Bellow follows the original English version.
Apartir de agora postarei a versão em inglês também. Essa é a postagem em português. Abixo dela segua a original em inglês.


WEGWISIR - Primeiramente, gostaria de agradecer a oportunidade dessa entrevista.
WELTENFEIND - Sem problemas, fico feliz com isso.


WEGWISIR - Fale um pouco sobre o Disiplin. Influências, ou qualquer outra coisa...
WELTENFEIND - Bem, Disiplin foi formada no verão de 2000, após uma tour que fiz com Myrkskog. Deixei a Myrkskog logo após essa tour e iniciei minha própria banda, aonde eu teria o total controle. O estilo e a ideia por detrás da banda, e que deveria ser uma banda Black Metal.


WEGWISIR - A banda vem mudando o estilo sonoro aos poucos desde a primeira demo, pode-se notar. Mas o último CD do Disiplin segue uma linha bem diferente dos anteriores, que lembra bastante o teu projeto paralelo que leva teu nome, Weltenfeind. A que se deve essa mudança?
WELTENFEIND - Musicalmente e liricamente continuou sendo consistente como a demo, e como o primeiro e segundo álbum. Liricamente e visualmente eu queria somente que fosse Black Metal, e queria que as pessoas experimentassem algo genuíno. Então pesquisei e escrevi sobre isso. Musicalmente eu estou extremamente orgulhoso com os álbuns, mas liricamente e visualmente eu os acho infantis e imaturos. O novo álbum é musicalmente uma progressão natural sobre o que Disiplin está envolvida. Uma reflexão minha como compositor. Liricamente e visualmente a banda está envolvida com o NSBM. Eu acordei do torpor depois que me tornei pai, e isso refletiu sobre a Disiplin. Disiplin agora tem significado e finalidade. Não somente entretenimento.


WEGWISIR - Considerada como NSBM, Disiplin segue temática bem diferente do que a que vemos normalmente. Não se fala claramente sobre política, muito menos trata o "paganismo racial" do mesmo modo que a maioria da bandas. Isso é devido a alguma linha esotérica ou somente para quebrar os padrões que conhecemos nesse mundo de ilusões e mentiras?
WELTENFEIND - Sim, não sigui nenhuma fórmula e criei minha própria banda de NSBM. Não faço nada para ser diferente, apenas saí do caminho. Acho que artistas genuínos estão sempre "separados" do resto, e assim acabam tendo algo original a oferecer.



WEGWISIR - As músicas do Disiplin seguem uma linha esotérica que bem parecida com o que seguiam os místicos do III Reich, mas claramente, direcionada para o fim dos tempos. Precede? O que podemos dizer sobre a época em que vivemos? E sobre o Kali Yuga?
WELTENFEIND - Bem, estamos na Idade das Trevas, no Kali Yuga, no Ragnarok. O fim dos tempos. E tudo tende a piorar. Depois do colapso do Mundo Moderno, um novo e brilhante deverá surgir.


WEGWISIR - Alguns dos últimos trabalhos do Dissection aparentemente também seguiam para esse lado, como em Maha Kali, por exemplo. Se não fosse pelo fim da banda na época, teria sido esse o novo rumo da banda?
WELTENFEIND - Dissection foi puramente satanista. E não tinha nada a ver com Disiplin, nem nos últimos 5 anos. Dissection foi musicalmente brilhante.


WEGWISIR - Em Anti-Life existem 2 músicas que chamam atenção, que são Orthodox Devil Worship e Chaos Triumphator. Trechos de cânticos usados em ritos pervertidos vindos da cultura africana, cantados em português - tais ritos são vulgarmente conhecidos por "macumba". Outra música, chamada Quimbanda, também chama atenção pelo nome africano. Qual o motivo desse "interesse"?
WELTENFEIND - Sim, eu incoporei trechos idiotas, infantis, satânicos e sem noção. Supostamente era pra ter sido Black Metal, então toda essa merda me pareceu apropriada. Mas que se foda isso.


WEGWISIR - O que podes dizer sobre a situação do movimento NS na Europa e "no mundo"?? E do próprio NSBM?
WELTENFEIND - Eu acho que o movimento NS possa criar mudanças reais, mas temo que nosso tempo já tenha se passado. Penso que nosso principal objetivo hoje é permanecermos incorruptíveis para as forças do Kali Yuga. Toma conta de amigos, camaradas, da famíla e até do seu amor. Proteja, isole, cerque. NSBM é arte e propaganda, intencionado a inspirar, acordar e dar gás para alguns poucos que continuam não sendo corrompidos pelo Mundo Moderno.


WEGWISIR - Atualmente "in der ganze Welt" podemos ver uma cena Viking Metal modista com bandas que não seguem qualquer movimento decente a fãs totalmente insanos e idiotas que se interessam somente pela fantasia e contos de fadas, em sua maioria. Boa parte dessas bandas também se interessam somente pela fantasia gerada por essas histórias, sem nenhum motivo racialista, político ou mesmo espiritual. O que se pode dizer sobre isso?
WELTENFEIND - Bem, isso é somente entretenimento para eles. São essas drogas que protegem suas mentes dos problemas reais que enfrentamos nas nossas vidas. Alguns podem até criar uma música legal, mas é só isso.


WEGWISIR - Voltando ao assunto esotérico. Como é a situação na Noruega e no restante da Europa?
WELTENFEIND - Aqui onde vivo está ok, mas está indo ladeira abaixo. A doença vem se propagando. Mudei-me para a minha "cidade" de infância a muitos anos e estou feliz com o que fiz. Não quero que meus filhos cresçam em um inferno multicultural.


WEGWISIR - No Brasil existe um problema grave, pois aqui vemos algumas atrocidades, como pessoas de "linhagem desconhecida" se pintando como jogadores de futebol americano, usando Kilts celtas e falando coisas idiotas que não tem ligação alguma com qualquer cultura européia. Temos também, aqui na América do Sul, movimentos esotéricos e racialistas, assim como também estúpidos "vikings feitos pela mídia", neonazis "sem raça" e também pessoas "eXotéricas autopromovidas" em alguns movimentos. O que poderias falar sobre essas pessoas de linhagem desconhecida que querem ser divinas quando não possuem um espírito livre ou divino? Pessoas que estão sempre buscando autopromoção, coisas egoístas ou sentimentos.
WELTENFEIND - Sim, as pessoas são assim mesmo. Todo movimento atrai pessoas desse tipo também. Mas tenho certeza de que usar esse tipo de gente. Homens bomba, talvez.


WEGWISIR - Já vi que existe um material novo do Disiplin a ser anunciado. Existe uma data prevista? O que podemos esperar desse novo trabalho?
WELTENFEIND - Bom, há uma surpresa a caminho esse ano, de que não falarei muito a respeito nesse momento. Depois de "ME NE FREGO!" e do split com Pantheon (US). Podes esperar algo como NSBM frio, áspero e meditativo. Algo como HHG, só que mais evoluído. Clips de "ME NE FREGO!" estão disponíveis on-line na minha conta do Myspace.


WEGWISIR - Para encerrar, alguma declaração ou algo que não lhe foi perguntado mas que é importante que os leitores ou ouvintes saibam?
WELTENFEIND - Apóiem o Martelo do Black Metal Nacional Socialista!
www.thepaganfront.com

Apóiem Disiplin!
www.wolf-axis.com www.myspace.com/wolfaxis


Pelo Sangue, pelo Solo e pelos Deuses!
WELTENFEIND
DISIPLIN


WEGWISIR - Obrigado novamente pela oportunidade.


SAL UND SIG!

Interview with Disiplin

Now I'll post english version too.
Apartir de agora postarei a versão em inglês também.


WEGWISIR - At first, thank you for this opportunity.
WELTENFEIND - No problem, I am happy to do it!


WEGWISIR - Could you talk a litle about Disiplin? Like influences or another stuff...
WELTENFEIND - Well, Disiplin was formed the summer of 2000, after I had been on tour with Myrkskog. I left Myrkskog shortly after that tour, and started my own band, as I wanted total control over it. The style and idea behind the band then, was that it should be a Black Metal band.


WEGWISIR - The band (Disiplin) are always "mutating" since the first demo, we can see. But the new album is in a diferent line from your others works, that reminds so mutch your side-project "Weltenfeind". Why is this change?
WELTENFEIND - Musically and lyrically it stayed pretty consistent for the demo, and first and second full-length. Lyrically and visually I just wanted it to be Black Metal, and I wanted people to experience something genuine. That is I researched what I wrote about. Musically I am extremely proud of the albums, but lyrically and visually I find them childish and immature.
The new album is musically a natural progression of what Disiplin has evolved into. A reflection of me as a composer.
Lyrically and visually the band has evolved into NSBM. I awoke from slumber after I became a father, and this is reflected in Disiplin.
Disiplin has now Meaning and a Purpose. Not just entertainment.


WEGWISIR - Considerated by the fans as "NSBM", Disiplin follows diferent themes than we normally find. No clearly "political talking", nor shows any "racial paganism" like the most of other bands. This is due to some esoteric line or only about run away from the common "modismus" in a world of lies and illusions?
WELTENFEIND - Yes, I do not follow any formula, and create my own brand of NSBM. I do not set out to be different, but it just turns out that way. I think genuine artists will always "stick out" from the rest, as they have something original to offer.


WEGWISIR - The Disiplin music apparently follows an esoteric line that reminds the III Reich's Mystics, but cearly directed to the end of the times. Proceed? What can one speak in these times. About Kali Yuga.
WELTENFEIND - Well we are in the Dark Ages, in Kali Yuga - in Ragnarok. These are the end-times. It will only get worse. After the collapse of the Modern World, a new and brighter one will arise!


WEGWISIR - Some of the last works of Dissection apparently shows the same direction that Disiplin follows, like Maha Kali, for example. If the band didn't split-up, would the band (Dissection) followed on this way?
WELTENFEIND - Dissection was purely satanic. It has nothing to do with what Disiplin has been about the last five years. Dissection was musically brilliant!


WEGWISIR - In the full-lenght "anti-life" 2 songs sounds weird for us. "Orthodox Devil Worship" and "Chaos Triumphator". With parts of african perverted rites, that was sung in portuguese. These rites are commonly called "macumba" in the most part of Brazil like where live many niggers. And another song called "Quimbanda", that also came from the african culture. Why is this "interest"?
WELTENFEIND - Yes, I incorporated all sorts of idiotic and childish satanic nonsense. It was supposed to be black metal and all that shit seemed appropriate. But fuck that!


WEGWISIR - What can one speak about the NS movement in Europa and in "world"? And about the NSBM?
WELTENFEIND - I wish the NS movement could be able to create real change, but I fear our time has passed. I think our main objective now is to remain uncorrupted by the forces of Kali Yuga. Take care of friends, comrades, family and the ones you love. Protect, isolate and insulate. NSBM is art and propaganda intended to inspire, awaken, and give fuel to those few who still have not been corrupted by the Modern World.


WEGWISIR - Actually "in der ganze Welt" we can see a modist Viking Metal's scene with bands that doesn't follow any "decent movement" and totaly out of mind and stupid fans interested only in fantasy and fairy tales, mostly. And most of these bands are interested only on fairy tales also, without concern on racialism, politcs or even spiritual meanings. What can one speak about this?
WELTENFEIND - Well, this is just entertainment for them. These are all drugs, that keep their mind of the real problems that face our lives. Some of them might create ok music, but that is it.


WEGWISIR - Back to the esoteric topic. How is the "current situation" on Norway and in rest of Europe?
WELTENFEIND - Where I live is ok, but it is going downhill. The disease is spreading. I moved back to my childhood "city" many years ago, and I am happy I did. I do not want my kids to grow up in a multi-cultural hell.


WEGWISIR - In Brazil and in the rest of South America one can see a big serious racial problem, and bizarre situations like "non-bloodlined" people painted theirselves like american football players at the same time that they're using celtic kilts and talking stupid things that has nothing to do with any european culture. Here in South America one can see esoteric and racialist movements, but also stupid "made vikings" and "raceless" neonazis and also "eXoteric autopromoted" people in some movements. What could you speak about these "non-blodlined" people that wanna be divine when they have no free or divine spirit? People that search always for selfpromotion or egoist stuff and feelings.
WELTENFEIND - Yes, people are like that. Every movement attracts people of this kind. But there can be use for such people I am sure. Suicide bombers perhaps.


WEGWISIR - I saw new Disiplin's works is to be announced. When will be released? What can we expect of this craft?
WELTENFEIND - Well there is a surprise coming this year, which I will not speak much about now. After that "ME NE FREGO!" and the split with Pantheon (US). You can expect Cold, Harsh and Meditative NSBM. Something like HHG, but evolved even further. Clips from "ME NE FREGO!" are online at my myspace account.


WEGWISIR - To finish. Do you have any declaration or comment that i haven't asked but do you consider important to the readers or listeners?
WELTENFEIND - Support the Hammer of National Socialist Black Metal!
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Support Disiplin!
www.wolf-axis.com www.myspace.com/wolfaxis

For Blood, Soil and the Gods!
WELTENFEIND
DISIPLIN


WEGWISIR - Thank you again for this oppotunity.


SAL UND SIG!

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Como ocorre a Assimilação Cultural?

A maioria dos Descendentes de Alemães hoje são castrados. Não só por causa do idioma cada vez menos falado, mas porque a maioria não age mais como um verdadeiro germano - seja na Alemanha ou qualquer outro país germânico ou região colonizada por descendentes de alemães. Na Austrália as colônias foram foram "inglaterrizadas". Nos EUA, foram todos assimilados pelo forte sentimento de patriotismo forçado e mentiroso. No Brasil, foram diminuídos e "cortados" pelo governo, depois, "incentivados" a não falarem mais alemão - sob pena de apanharem, beberem óleo, serem humilhados, além do emprego que já haviam perdido por serem alemães - e a não manterem seus costumes. Depois dessa mudança toda, ter orgulho de ter sangue germânico passou a ser racismo.

Atualmente, tentam acabar de vez com o sangue germânico por meio da mistura racial. A midia nos impõe hoje propagandas a favor da miscigenação, e mostra que qualquer casal que queira manter seu sangue é racista. Sim, a mesma mídia que faz propaganda de paz, mas que contribui com a continuação das infinitas guerras que acontecem pelo mundo - principalmente no Oriente Médio - faz propaganda contra o "racismo". Será que a mídia tem duas caras ou somente uma cara ruim?

Não me refiro à miscigenação pelo lado racial. Mas pelo lado cultural. A mistura cultural é a melhor forma de se apagar uma cultura, e depois, um povo. Precisam de um exemplo bom?
Nós comemos carne bovina, então talvez não sejamos dignos de ter uma companheira indiana, pois indianos não comem carne bovina. Os judeus sacrificam ritualmente os animais, talvez não sejam dignos de se juntarem com gentios que não apoiam isso. Um praticante da Mão Esquerda do Yoga é altamente necessitado de atividade sexual, alguns cristãos só fazem para procriação, um não pode ser digno do outro em suas mentalidades. Do mesmo modo que nós, "comedores de carne", podemos não considerar digna uma indiana pelo simples fato posso acharmos nojento que eles tenham que "religiosamente" tomar banho naquele rio imundo na Índia onde se depositam cadáveres. Um judeu pode nos achar nojentos por sermos um apreciadores de carne suína.

Mas o que acontece se juntarem indianos com indianas, judeus com judias, alemãos com alemãs, árabes com árabes e outros casos onde não se faz necessária uma mistura de culturas? O entendimento é mútuo, puro e evita qualquer tipo de distorção cultural que possa surgir. E não adianta vir com a desculpa de "se tiver respeito tudo anda bem". Vamos usar um exemplo fácil:
Suponhamos que um ateu se case com uma cristã. A mãe passa a vida inteira ensinando seu filho sobre Deus, o pai passa a vida rindo e dizendo que é uma mentira. Ou então a mãe passa a vida inteira ensinando seu filho sobre Deus, e o pai ignora a situação e deixa rolar. Ou então a mãe simplesmente não ensina nada sobre Deus ao seu filho pra não criar conflito com o pai. Nos primeiro caso, a criança ficaria confusa. Nos outros 2, ela não aprenderia uma das partes da "cultura".

Outro exemplo.
Uma alemã que vivia no interior se casa com um homem qualquer que vive em uma grande cidade. A mulher, acostumada com uma vida simples, com belos jardins, casa bem cuidada, que não conhece egoísmos e modismos comuns - como os de uma pessoa que ser melhor do que a outra por causa de bens ou posses. O marido, vivia na conturbada cidade grande, em um pequeno apartamento e com um carrão que usa pra se passar de gatão - mesmo que esteja financiado até as calotas. Obviamente o homem não vai querer abandonar tudo para ir para o interior, e a mulher do interior normalmente aceitaria a mudança. Mesmo que ela o convença a comprar uma casa no lugar do apartamento, as prioridades continuarão sendo outras. O dinheiro que seria usado para o conforto próprio será então usado em luxos e aparências - ao menos boa parte desse dinheiro. O que acontecerá com o costume de "ter um belo jardim" se os filhos do casal praticamente não verão isso? E se ocorresse o contrário. Seria totalmente certo os filhos abdicarem de toda a facilidade que teriam na cidade grande? Tudo depende de que lado se olha.

Que tal um gaúcho casado com uma baiana?
A mãe deixaria de ouvir axé? O pai deixaria de ouvir música gaúcha? Os filhos ouviriam qual delas? As duas? Usariam bombacha ou dançariam quase pelados no carnaval? Ou misturariam os 2 tipos de vestes e costumes? Que tal um vinho com acarajé?

Notem que nos casos acima, não foram citados casos raciais, mas sim costumes ou tradições cotidianas simples. Mesmo assim, alguma perda ocorreu para algum dos lados, ao para ambos. Imaginem então casos, com a inclusão de "raças", "etnias" ou "linhagens" diferentes.

Mas isso não contece sempre de um modo tão gritante. As vezes mudam somente pequenos detalhes que servem como desculpa para mudar outros detalhes. E que no futuro serve para mudar grandes detalhes. E de forma com que ninguém nota, pois é suave. Tão suave quanto "cozinhar um sapo" - jogue o sapo na água quente que ele pula fora por reflexo, jogue na água fria e esquente aos poucos que ele morre sem saber o porquê.

Outro exemplo prático? OK.
Uma família alemã vive em uma comunidade onde quase não existem alemães e que não se conhece quase nada sobre a cultura alemã. Então as demais crianças caçoam do jovem alemãozinho e o chamam de "comedor de salsicha". Envergonhado, o menino não come mais salsichas na frente dos amigos. É lógico que ele não deixou de ser alemão por isso. Mais tarde, ele e sua irmã, juntamente com seus pais, deixam de conversar em alemão por costume de só falar o idioma local. Lógico que não deixaram de serem alemães por isso. Por falta de associações culturais alemãs, a família toda não participa de eventos do tipo, e obviamente se ocupa em eventos locais, com outra cultura. Não deixaram de serem alemães também. Essas crianças crescerão e casarão. Provavelmente, com habitantes locais, não-alemães. Sem o costume de falar alemão, de ir em clubes culturais alemães, sem o costume da gastronomia alemã e sem a convivência com outros alemães, qual a probabilidade dos filhos desses casais serem alemães?

Viram como detalhes pequenos mudaram o rumo da história? A família citada não deixou de ser alemã, mas seus descendentes deixaram. Largar pequenos costumes para se adequar a costumes diferentes pode criar exemplos falsamente positivos, que mais tarde serão usados como desculpa para largar outros. No fim, alemão será só um termo pejorativo para pessoas loiras, ou de pele rosa, ou que ficam vermelhos com o calor, ou até mesmo para pessoas simplesmente brancas - ou turcas, se citarmos o que a Alemanha está se tornando com a assimilação cultural.

O termo "mudar um detalhe pequeno" pode facilmente passar para "mudar para algo que talvez não cause tanto impacto". O "talvez" já passou a ser aceito - mesmo como perigo de "causar grande impacto". O próximo termo poderia ser perfeitamente "não tem problema em mudar esse detalhe, vai causar pouco impacto" - ou seja, VAI CAUSAR IMPACTO. E o próximo termo?

Sem contar que todos esses termos, detalhes e impactos estão ligados à mistura cultural. O maior exemplo disso foi o cristianismo. Quando chegaram à Europa, guerrearam, saquearam e mataram até que as igrejas foram construídas e os povos obrigados a se converterem. Mas como conseguiram isso de forma tão rápida em algumas localidades mais "calmas"? Simples. Transformaram os pequenos detalhes. Utilizaram datas festivas e criaram novos motivos para tais festas. O dia do Solstício de Inverno passou a comemorar o Natal, o nascimento de Jesus. Na Ostara, passou-se a comemorar a páscoa, ou seja, uma festa de "fertilidade" passou a comemorar a morte e a ressureição de um estrangeiro. E a festa pagã considerada a mais promíscua pela Igreja, que se chamava "Walpurgisnacht" passou a comemorar a data de "Santa Valburga" - nem se preocuparam com a festa em si, desde que louvasse algum cristão, santo ou uma passagem qualquer da bíblia, pois a assimilação daria vantagens aos forasteiros cristãos. E o que são as Igrejas Cristãs Hoje? Devido ao costume de "mudar pequenos detalhes" perdeu sua força e além de manter antigos costumes pagãos que não conseguiram mudar, estão assimilando novos. Hoje cansamos de ver os cristãos acreditando em Yoga, Feng shui, budismo, tarô, búzios, macumbas, mandingas e muitas outras coisas que não são cristãs, mas que vieram junto com assimilação cultural.

Independente de quem concorda ou não concorda com o cristianismo. Gosta ou não gosta dos costumes simples de colonos ou de algum tipo de música "qualquer". Independente da etnia. Os fatos citados realmente ocorrem e não tem como esconder. Por mais que a mídia o tente. Basta olhar ao nosso redor e observar. Ou até mesmo na nossa família.

Basicamente todas as culturas são dignas. Algumas, só são quando observadas pelo próprio povo. Algumas, parcialmente. Nesses casos em que existam o mínimo de controvérsias, não há como se manter firme e sem mudar nada nos casos de misturas. E essas mudanças podem acarretar no fim de uma cultura. Creio que todas as culturas devem se manter. Mas para isso, devem se manter separadas e fortes.

Há quem diga, ainda, que somos hipócritas, afinal, a própria Europa é uma mistura de povos que lá viviam. Bingo! Os povos que lá viviam, eram basicamente os mesmos povos, tinham basicamente os mesmos costumes e cultuavam os mesmos deuses. Ou seja, eram o mesmo povo, mas que falavam idiomas ou dialetos diferentes, ou davam nomes diferentes às coisas. Por isso a mesma Cruz Celta pode ser encontrada na Alemanha. Por isso existiam "tipos gaitas de fole" na Escócia, em Portugal, na Alemanha e na Polônia - e datadas de épocas próximas. Por isso Wotan na Alemanha é o mesmo Odin na Noruega. Por isso temos histórias parecidas como a de Sigurd na Escandinávia e Siegfried na Alemanha. E por isso também temos (ou tínhamos) o Beltane na Inglaterra e o Walpurgisnacht na Alemanha em épocas parecidas. Mas eu pergunto: Se tudo isso for uma mentira, por que é que não temos um mito africano que se compare com um mito europeu? Por que é que em Roma, na Grécia e em toda a Europa, a mais de 1000 anos já haviam construções avançadas que hoje em dia não vemos em alguns locais do Oriente Médio e África? Por que é que os únicos países aborígenes que se desenvolveram foram os que tiveram influência européia (colonização). Vejam que até mesmo a região em que "fica" Israel só se tornou "desenvolvida" depois que os judeus "voltaram do tal do êxodo" na Europa, antes disso, suas casas eram em buracos, em cavernas ou até mesmo em pedras como a de qualquer povo semita que se manteve isolado.

Hoje, falar disso é considerado racismo. A mídia considera racismo. As pessoas, ensinadas por professores que foram encorajados para isso, consideram racismo. Talvez até mesmo os leitores considerem racismo. Ou em casos mais brandos, preconceito. Mas preconceito verdadeiro, é uma pessoa não poder expor e se orgulhar de sua cultura e de seus costumes. Preconceito é a pessoa não poder dizer claramente que quer manter seu sangue como é. Preconceito é uma pessoa ser taxada sumariamente de racista simplesmente por ter orgulho do que é. Preconceito é sermos "atacados" por povos invejosos e por pessoas "sem povo" e sem orgulho.

E agora? Aceitaremos o falso rótulo que nos é dado, como o de preconceituosos ou lutaremos contra os preconceituosos que nos atacam?

quarta-feira, 2 de junho de 2010

VII Batallón de la Muerte


Abaixo segue uma entrevista feita com a banda argentina, "VII Batallón de la Muerte". A entrevista é sequencial e autoexplicativa, então não se faz necessária uma introdução....


WEGWISIR - Bom, vejo que seu projeto possui muita influência da banda Absurd, da Alemanha. Tanto que tens inúmeros covers. Seu projeto começou devido a esses covers, ou os mesmos vieram após algum tempo do projeto?
VII BdLM - No início eu não era capaz de compor minhas próprias músicas, então comecei com alguns covers. E Absurd foi a maior influência que eu tive. O projeto da banda começou realmente quando lancei as primeiras músicas de "La Restauración" ao fim do ano de 2007.


WEGWISIR - No site oficial da sua banda, há um informativo sobre o álbum chamado "Der große Tod", assim como a promo. Esse álbum será composto pela promo e mais os demais covers presentes nos outros albuns, ou também por novos covers? E por que gravar um album somente com covers?
VII BdLM - O novo álbum deverá ter uns 17 covers do Absurd e talvez 2 músicas próprias. Existem outros covers, não só os que já usei em outros álbuns, por exemplo: “Wenn Walküren Reiten”, “Wolfsblut”, “Verlassen”, “Für Germanien” entre outras. Decidi gravar esse tributo ao Absurd para mostrá-los meu respeito e admiração, tentando fazer esses covers da melhor forma que eu puder. Isso é algo que acho que ninguém fez ainda, então acho ser uma boa ideia para um tributo.


WEGWISIR - Assim como existe essa promo só com covers, pode-se ver também que os outros lançamentos da banda possuem estilos diferentes, como no "La Restauración", que ao meu ver é praticamente todo Ambient Black Metal, e o "Orden Nacional", que também diferente dos demais. De modo diferente, o Absurd também costumava fazer isso, principalmente na "nova" formação da banda. Pode-se dizer que essas mudanças também são influências do próprio Absurd?
VII BdLM - Não haverão mais álbuns como "La Restauración", pois quando o gravei, eu estava limitado a criar músicas instrumentais e marciais. Após esse álbum, ganhei mais experiência e comecei a gravar "El Libertador", que mostrava um estilo de música completamente diferente do "VII Batallón de la Muerte". Por falar nisso o próximo ábum, "Semper Patriae Servire Praesto", será muito mais violentos que os antigos e quase todas as músicas terão vocal. Essas mudanças não foram influenciadas pelo Absurd, mas sim pela experuência que me ajudou a melhorar a qualidade das músicas e inspiração.


WEGWISIR - Podemos ver, com os trabalhos da banda, uma visão de "extrema-direita" (como fica conhecida). A atual situação política e financeira da Argentina é propícia a movimentos desse tipo?
VII BdLM - As letras e todo o mais são influenciadas por Nacionalismo, Valores Militares, História e Restauração da Nossa Pátria, e não a fatores econômicos. É calro que a economia está relacionada a diversos problemas, mas não escrevo diretamente sobre isso. Isso é uma declaração de guerra à todas as monstruosidades que caminham sobre solo argentino, e é claro que não espero muito afeto vindo do lado deles.


WEGWISIR - Podemos considerar a VII Batallón de la Muerte como NSBM?
VII BdLM - Não, pois eu geralmente só falo sobre a Restauração dos antigos e lendários valores da minha Pátria. Quase todas as letras estão relacionadas com épocas anteriores ao século XX, e algumas outras sobre o atual presente. Essa é uma das razões pela qual eu simplesmente a defino como "Elitist Nationalist Black Metal". Outros motivos são o jeito de realizar essa Restauração, assim como o modo de expressar isso nas letras, artwork e tudo mais que for criado pela banda. Deves saber que o verdadeiro Patriotismo e Nacionalismo tem os mesmos sentimentos mútuos. Então, se o VII Batallón de la Muerte for ouvido por esses verdadeiros patriotas, eu fico extremamente agradecido.


WEGWISIR - Como anda a cena NSBM na Argentina? Existe algum tipo de ativismo, mesmo que extra-oficialmente?
VII BdLM - O maior e mais conhecido grupo é o "Southern Elite Circle", e pelo que sei é oficial. Existe uma compilação do "Southern Elite Circle" que foi lançada pela "Dark Hidden Productions", uma orgulhosa apoiadora do "The Pagan Front".


WEGWISIR - A Argentina, assim como o Sul do Brasil (embora em menor número), se tornou lar de inúmeros ex-combatentes e heróis de guerra alemães, após o término da II Guerra. E assim como no Brasil e no Chile, na Argentina existem diversas colônias germânicas. Essas colônias ainda cultivam as tradições? Esses ex-combatentes continuaram influenciando essas colônias enquanto vivos?
VII BdLM - Sim, e a maioria dessas colônias não estão alocadas na capital do nosso país, mas em algumas províncias, como na de Córdoba. Se algum dia viajares pela "Villa General Belgrano", verás como o povo alemão e os ex-combatentes influenciaram as colônias.


WEGWISIR - Voltando às suas influências. A banda Absurd é fortemente influenciada por temas como o "paganismo". Podemos dizer o mesmo da VII Batallón de la Muerte?
VII BdLM - As influências da banda são baseadas na história da Argentina e em como nossos antigos e bons valores foram destruídos. Por enquanto, devo expressar todos esses conceitos antes de todo o resto. Mas depois disso existe uma série de temas a se expor. Mas a prioridade e o principal tema sempre foi "a Restauração da Pátria".


WEGWISIR - Existem movimentos "pagãos" na Argentina? Eles são sérios ou são formados por "crianças" modistas?
VII BdLM - Sim. E existem ambos, porém os idiotas não devem ser chamados assim. Alguns deles usam o paganismo como desculpa para suas vidas de degradação em todos os aspectos, pois não passam de tipos como hippies. Conheço alguns grupos, e posso falar que o "Tyr Order" é o mais sério e possui também subdivisões.


WEGWISIR - Para terminar, sua banda é formada somente por você. Isso é devido à alguma ideia misantrópica ou por não achar pessoas com o mesmo pensamento para formar a banda?
VII BdLM - A razão disso é que é quase impossível encontrar pessoas com as mesmas ideias, objetivos e foco musical que eu tenho. Mas isso se deve ao momento, pois existe a chance de um grande camarada fazer parte da formação de "VII Batallón de la Muerte". E falando nisso, ele foi o cara que desenhou o Dogo Argentino na capa do "Orden Nacional", e também é muito compromissado com a banda.


WEGWISIR - Muito obrigado pelas respostas, camarada.
VII BdLM - Agradeço pela entrevista. E desculpe pelo atraso. [...]


Site da banda: http://www.viibatallondelamuerte.com/
Na página inicial da banda está disponibilizado o link para download da promo "Der große Tod", contendo 3 covers da banda Absurd.


Abaixo, a capa citada do single "Orden Nacional".



Sal und Sig!

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Gewiss der ewigen Wiederkehr

Hoje, o blog WEGWISIR "comemora seu primeiro ano", ativo e sem derrubadas. Bom, mas não exatamente de modo oficial. O primeiro post no blog foi oficialmente feito no dia 19 de maio de 2009. Porém consideraremos o dia 24 de maio, uma vez que foi a data em que o blog foi "oficialmente apresentado", coincidindo que a data caiu no dia semanal do Sol. Seguindo as tradições germânicas, devido a ausência de um calendário exato, não "comemoraremos" em nenhum dia exato, seja do mês ou da semana, o "aniversário" disso aqui. Mas sim que sua "criação" seja lembrada por essa mórbida época em que nos preparamos para a chegada da frio, para a morte do Sol e por momentos melancólicos - que para muitos, se torna a melhor época do ano, seja para aprender, para refletir, ou simplesmente para esquecer das ilusões - e o que seria o tempo, senão uma das nossas maiores limitações e ilusões?

Gostaria de agradecer a todos que seguiram, que apoiaram, que enviaram material, que divulgaram ou que ajudaram das mais diversas formas. Gostaria de agradecer até mesmo os que repudiaram, que xingaram, que falaram mal e até mesmo os que ao longo desse período ameaçaram ou difamaram. É demostrando conhecimento, discutindo ou até mesmo "jogando merda no ventilador" que descobrimos verdadeiros aliados, verdadeiros inimigos e também os simplesmente idiotas.

Diferente do habitual, não postarei nada meu, muito menos um texto grande. Preferi utilizar um texto escrito por Hendrik Möbus no ano 2000. Möbus é líder da banda Absurd e membro influente da cena NSBM. O texto pode ser considerado antigo, mas compete bastante ao que que ocorre aqui e em diversas partes do mundo - o que o torna extremamente atual.

Essa situação, assim como a que passamos aqui no Sul e em todo o Brasil, não só mostra que a democracia em que vivemos é totalmente falsa e ilusória, como nos faz de completos idiotas. Essa democracia que nos impede de ter uma simples "conversa pública" que trate de assuntos que se voltam contra o sistema democrático vigente jamais poderá ser chamada de "democracia", no sentido original da palavra.

Sem mais delongas, segue abaixo o texto.


CARTA AOS NACIONALISTAS GERMÂNICOS

Senhoras e senhores honrados, caros camaradas:

Estou certo que meu nome é de vosso conhecmento. Também estou certo de que esse conhecimento vem em sua maior parte da mídia do sistema - e o que se tem mostrado ali não torna particularmente fácil para que eu apareça com um ar simpático.

Mesmo que possamos compreender a manipulação da mídia, continuamos sendo influenciados por ela. Provavelmente todos somos vítimas da propaganda feita pelo sistema. Não me surpreenderia que honrados nacionalistas não queiram nada comigo - um "satanista assassino", um " nazista satanista" ou um "cria de Satã".

Eu não quero repetir as coisas que a mídia espalha sobre a minha pessoa, mas essas mentiras desempenham um papel fundamental na campanha do sistema. Qualquer um que duvidar da minha integridade ideológica pode conferir com o Dr Pierce da "National Alliance" sobre a minha visão do mundo.

Eu gostaria de deixar claro o porquê do interesse da resistencia nacional em assumir o meu caso: Porque vai contra as intenções do sistema e beneficia todos os alemães fiéis à sua Pátria Mãe.

Eu não deixei a República Federal da Alemanha para escapar da minha "punição justa". Tive que escapar de uma busca inquisitória feita pela polícia e pelos tribunais, depois que descobri que queriam fazer de mim um exemplo. Todas as minhas "ofenças" desde 1998 (quando eu havia escapado da prisão juvenil) tinham natureza política. Esses "crimes políticos" não machucavam ninguém, assim como não haviam destruido nada. Fiquei, no entanto, sendo tratado como uma "perigosa ameaçca de extrema direita".

Isso não é um destino nada incomum para os dissidentes na Alemanha nos dias de hoje. De qualquer forma, diferente dos demais prisioneiros políticos na República Federal da Alemanha, tenho a possibilidade de pedir asilo político nos Estados Unidos da América.

De fato, nenhuma das autoridades da RFA e dos EUA estão contentes com meu pedido de asilo. Eles estão nervosos (e com razão), pois meu pedido de asilo levanta muitas questões que eles não querem que sejam levantadas. Por exemplo: Por que a RFA criminaliza coisas que são completamente legais nesse "modelo de democracia" - os EUA?

A parte mais explícita dessa e de outras questões serão discutidas na RFA e nos EUA, as autoridades afirmarão que existe um estado de emergência. Então eles tentarão abafar meu caso, distorcer e encobrir os fatos.

De qualquer modo, vocês poderão evitar isso. Peço com urgência que não deixem escapar essa oportunidade. Se a resistência nacional alemã não utilizar meu caso para esses propósitos, o sistema irá abusar do meu caso para agredir todos os Nacionalistas Germânicos.

Não estou usando esse pedido para que eu me torne o centro das atenções. Não quero fazer parte das suas organizações. Mas sei o quanto é séria e dramática a nossa situação na Alemanha. Essa situação requer um encerramento incomum e decisivo. Meu caso provê uma oportunidade para tal. Quem sabe, um tribunal dos EUA me conceda asilo. Isso seria uma impressionante demonstração do que todos nós sabemos a tempo: A RFA não é uma democracia, mas sim um estado criminoso.

Com cumprimentos patrióticos,
Hendrik Möbus
Batavia, New York
09 de Setembro de 2000

A matéria original pode ser vista no link: NSBM.org

Para quem tiver interesse, o primeiro post oficial do blog foi a explicação do próprio nome, a runa WEGWISIR.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

GoatPenis















Entrevista feita com Sabbaoth, da banda GoatPenis.


WEGWISIR: Em primeiro lugar, gostaria de agradecer a oportunidade de ter essa conversa que se seguirá. Gostaria também de dizer que não pretendo fazer questionamentos comuns que vemos, como sonoridade, formação ou influências musicais. Pretendo focar somente em assuntos, digamos, de idealismo. Agora, sem muitas explicações, gostaria de começar com as perguntas.
SABBAOTH: Obrigado pela consideração em nos conceder esta entrevista.


WEGWISIR: Goatpenis é uma banda conceituada aqui e no exterior - creio que até mais no exterior - e que passa um visão extremista, pregando o ódio e a destruição em relação ao lixo que conhecemos como humanidade. Mas isso nunca fica realmente bem definido quando falado. Quais são, perante os olhos da banda, os reais alvos? Seriam mesmo todos? Ou isso refere-se mesmo ao conceito de sociedade degenerada em que vivemos?
SABBAOTH: SIM, TODOS. Talvez dos 7.000.000.000 de ratos humanos no planeta apenas 0,005% sejam decentes. É muito pouco considerando o planeta todo. Não vale a pena. O câncer deve ser extirpado 100% da carne ou ele volta.


WEGWISIR: A destruição seria mesmo uma salvação? Ou seria somente um ataque contra o "criador" ou contra o ato da "criação", tão defendido pelos lixos que vivem na sociedade atual?
SABBAOTH: Creio que sim. A destruição total é um caminho para o fim desta hipocrisia. O lodo social existiu sempre, desde os gregos e a tendência é sempre a ser esta decadência viva. Não acredito em criador, apenas na criação ao acaso de uma existência estúpida devido os seres humanos.


WEGWISIR: Em 2002 vocês lançaram uma compilação chamada "Trotz verbot nicht tot" - que em português seria algo como, "apesar de proibido, não está morto". Esse termo, segundo relatos, era uma canção da oposição, comunista, na Alemanha. Mas ironicamente ouvimos nesse album um dos maiores discursos do Führer como introdução da música Zyklon-B. Hoje, essa frase é usada por muitos militantes de extrema direita na Alemanha, principalmente no antigo lado "oriental". Qual foi o real intúito desse título?
SABBAOTH: Este título fora sugerido pelo nosso grande amigo e distribuidor inicial na Europa, o velho Janseen da Bélgica. Ele tinha um projeto falido de banda e este era o nome de uma das músicas dele. Ele disse que achava o título muito bom e caso quiséssemos utilizá-lo seria nosso. Como na época não dávamos tanta relevância ao título do material aceitamos em consideração aos anos que ele ajudou a divulgar a banda. Desconhecia o teor da frase e se é utulizada por militantes. Nunca procurei por detalhes sobre o título pois é apenas um título e nada mais. Pra mim não diz muita coisa. Qualquer título, frase ou palavra pode servir para militantes assim como para títulos de CDs, etc. Se uma banda, por exemplo, usa como título "SATAN", não quer dizer que a banda participa de rituais de magia negra ou entidades ligadas a isso, é pura fantasia.


WEGWISIR: Hoje vemos que a maioria das pessoas, tanto no meio do Black Metal quanto no meio de "seitas satanistas", seguem ou conhecem uma "religião satanista" baseada nos deturpados conceitos de demônios criados na idade média pela Igraja Católica - esses demônios eram formados apartir de entidades judáicas, inclusive muitas delas, personificações do próprio JHVH, conforme pode ser visto em qualquer material que trate sobre esoterismo ou Kabalah. Nos trabalhos antigos da banda, podemos notar uma influência muito grande do anti-cristianismo, chegando até a fazer referência ao satanismo pelo olhar de alguns. Essas temáticas eram abordadas pela banda somente para se opor ao cristianismo ou havia algo a mais?
SABBAOTH: Era apenas escárnio religioso. Não tínhamos ligações com seitas e estas organizações. Quando tínhamos 19 ou 20 anos estes temas eram significativos para nós. Hoje são apenas passado e não passa de superstição do populacho. Hoje vejo a religião como algo muito positivo. É algo que destrói a sociedade, escravisa, mata, engana, ludibria, faz guerra, promove massacres, discórdia e caos. Que sigam este caminho! Desejo o pior para todos!!!!!


WEGWISIR: Com o passar do tempo, a temática da banda foi mudando. No início a banda tratava de blasfemar contra a podridão cristã, mais tarde a temática se converteu em tratar sobre a guerra e armas de destruição em massa. Qual o motivo dessa mudança?
SABBAOTH: Mesmo assim mantivemos a idéia de caos. Nunca vimos o "próximo" como algo que fosse válido a não ser um estorvo contra o sossego. Mudamos algumas coisas pois não temos mais 20 anos de idade. A banda tem muito tempo de estrada, vimos, ouvimos, lemos muitas coisas que nos fizeram mudar de postura pois não faz sentido manter a opinião sobre algo se você passa a vê-la de outra forma. É o mesmo que algum fato histórico que você tinha plena convicção ser desmascarada por algum motivo. Se você continuar acreditando neste fato mesmo sabendo que é contra sua opinião, você está se contradizendo. Assim aconteceu conosco, como o passar do tempo percebemos o quão estúpido as coisas são ou não são. Selecionamos aquilo que nos convém.


WEGWISIR: Com temáticas voltadas para a guerra, a banda sempre gerou controvérsias entre os seus seguidores, que sempre tomavam partidos pela banda. Uns diziam que a banda era "nazista", outros diziam que não. Uns diziam que era Black Metal, outros diziam que era War. Os que diziam que era War, diziam que isso é som para "nazistas". Não entrando no assunto do que a banda é ou deixa de ser ou que segue ou deixa de seguir, isso trouxe repercussões negativas?
SABBAOTH: Não sei se trouxe ou não. Não tocamos para agradar este ou aquela tribo. Se gostam do nosso som, ótimo, se não gostam, procurem outra banda para ouvir. Não nos importamos com a opinião, fofocas ou boatos que as pessoas fazem. Cresçam!


WEGWISIR: No último trabalho da banda, Biochemterrorism, há uma música chamada "Frantic Fury (1.225° C.) (Abortion Of The Macrocosm)". O que vocês quiseram dizer com "Abortion Of The Macrocosm". Qual a visão que têm sobre o macrocosmo?
SABBAOTH: O título fala por si. Extinção do macrocosmo, da existência total. A letra fala do extremo da destruição, incluindo o universo, cosmos e por aí.


WEGWISIR: Os seguidores da banda mudaram com o passar dos anos? Me refiro aos novos seguidores que possam ter sido atraídos pela temática da guerra.
SABBAOTH: Com certeza. Os poucos "seguidores" gostam das letras, da nossa postura, das nossas idéias e do som também. Quem gosta do nosso som não é aquele que gosta de som polido com muita virtuosidade. Eles procuram um som mais áspero que diz algo para eles, que os fazem sentir algo purgativo contra a patifaria humana.


WEGWISIR: Para finalizar. Sabemos que a banda faz poucas apresentações, por diversos motivos. Mas as raras apresentações ocorrem na região Sul do que "chamamos de país". Existe algum motivo especial pra isso?
SABBAOTH: Não gostamos de tocar muito ao vivo. Nossos shows são prestigiados por 15 ou 20 pessoas. As organizações dos shows são precárias, o público é mínimo e causa prejuízo para todos. Tocamos aqui perto de onde moramos por ser mais prático e por questão de tempo. A maioria dos shows aqui no sul foram frustrantes. Não temos público mesmo, muitos não nos conhecem por aqui e não vão aos shows. A cena no sul é uma lástima, no Brasil é uma lástima, no mundo é uma lástima maior ainda. São poucos os que nos apóiam. Tocar por aqui é desanimador.


WEGWISIR: Gostaria agora, mais uma vez, de agradecer a oportunidade.
SABBAOTH: Obrigado pela entrevista. Que outros zines sigam o teu exemplo com perguntas deste nível. Boa sorte pra ti!

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SAL UND SIG!

sábado, 3 de abril de 2010

K`Taagar

Depois de rumores sobre um nove lançamento da banda Ecce Hommo, sem muitas ressalvas, resolvemos averiguar a situação. Acabamos por ter algumas surpresas positivas nessa conversa que segue.


WEGWISIR: O Ecce Hommo existe desde o começo de 2007, tendo lançado uma demo auto-intitulada, um dvd gravado em um show em Ponta Grossa e outro em Curitiba, e mais a demo "Ad Astra Per Aspera" gravada no final de 2008 que ainda não foi lançada. Após um longo periodo sem um novo álbum da Ecce Hommo, existem informações sobre um futuro lançamento entitulado "Awakening of the aryan god's fury". Mas ao que parece, não será lançado como Ecce Hommo, mas sim de K`Taagar. Qual o motivo dessa mudança? Já que a banda conta apenas com você no momento, podemos esperar a mesma "essência" do Ecce Hommo ou algo que ainda o lembre?

J: Cada trabalho é um capítulo fechado na história do Ecce Hommo, tendo sua própria identidade carregados da energia que girava ao nosso redor, influências exteriores com insessantes buscas interiores, e a medida que essa busca nos levava a novas perguntas e não a respostas concretas éramos obrigados a tomar caminhos diferentes que nos levassem á novos horizontes que pudessem nos proporcionar um visão diferente sobre como poderia ser o próximo degrau e isso acabou acontecendo na atual fase da minha vida, então com naturalidade eu deixei o que estava ligado ao Ecce Hommo para trás com suas jazidas glórias e conquistas e comecei um novo ciclo sob o signo de K`Taagar essa será a arma que usarei daqui para frente enquanto houver forças e motivos. O fato de eu estar fazendo tudo sozinho não infuencia em nada, já que desde o começo as músicas eram feitas somente por mim e certamente refletem a minha busca em particular. ”Awakening of the Aryan Gods` Fury” é a trilha que estou abrindo diante deste lugar austero enganador chamado de plano material. K`Taagar é o recipente que condensa toda minha energia e me ajuda a direcioná-la, é o sentido primordial da minha batalha interior. ”Awakening of the Aryan Gods` Fury” aborda algo começado em "Ad Astra Per Aspera", mas de forma mais direta onde a atmosfera criada impõe a singularidade incontestável de sua essência.


WEGWISIR: A Banda Ecce Hommo usou de rótulos como Nietzschian Black Metal e Brutal Aryan Black Metal. Isso terá um peso significativo também agora para o K`Taagar sobre como a banda deve ou pode ser rotulada?

J: Certamente rótulos servem para impor limites que para a maioria das coisas podem ser negativos, o que eu faço é música Ariana, e isso incomoda mais aos filhos do traidor do que a minha pessoa. Mas se tratando do Ecce Hommo, ou agora do K`Taagar, creio que seja um ponto positivo, uma vez que acaba criando uma aversão por certas pessoas ao meu trabalho. Acho que só assim para todos perceberem que a musica que eu faço é direcionada só para algumas pessoas.


WEGWISIR: Elementos reais e espirituais fazem parte de nossas vidas. Você mergulhou nestes dois paralelos para compor este novo álbum? Tendo em vista que o nome é bem sugestivo.

J: Cada um de nós está cheio de ansiedades em consequência de PRAKRTI nesse mundo ilusório, essa manifestação para alguns depois de certo tempo presos no SAMSÃRA, torna-se temporária, mas mesmo assim não é falsa. O que nos leva a crer que nossa própria existência está na atmosfera de não existência, a conciência da maioria das pessoas mostra-se deturpada e encoberta pelas circunstãncias materiais justamente porque essas pessoas se acham produtos dessa mesma natureza material e ilusória. Tudo é uma questão de auto-descoberta e uma busca incansável por respostas. O que eu vejo é uma aceitação sem nenhuma contestação sobre o rumo que tudo está tomando. São todos Avidyã, felizmnte não viverei para sempre e não aceito viver como um AHÄNKÄRA, onde o falso ego atravez do qual os espíritos acorrentados se “identificam” com esse corpo material apenas seguem seu ciclo “natural” de nascer viver e morrer. Um homen caído no oceano da ignorância não pode ser salvo pelo simples fato de alguém recuperar sua roupa externa.


WEGWISIR: Como saber a hora certa para lançar um novo trabalho e escolher os hinos que farão parte do mesmo? E como não confundir com seus projetos paralelos ao Ecce Hommo, ou agora com o K`Taagar?

J: Quando os primeiros acordes de uma musica são criados eu já sei onde deverá ser usada, não é uma determinação previamente estabelecida simplesmente é parte de tudo que me cerca, é a exteriorização de um sentimento. Tudo, desde a criação até o momento de se concretizar um tranbalho, depende unicamente do meu estado de espírito, onde tudo deve estar em uma grande harmonia e como consequência, tudo flui com naturalidade.


WEGWISIR: Já que você esta fazendo toda a parte lírica, instrumental, gravação e distribuição, certamente lhe esgota física e mentalmente. Todo esse seu sacrifício deverá estar nas mãos de quem? Além dos apreciadores da Ecce Hommo , você tem um publico alvo que merece esse sacrificio ?

J: “Awakening of the Aryan Gods` Fury” é a consequência de uma batalha que vem seguindo durante anos pelo meu espírito contra as ilusões enganadoras da alma, o período de exteriorização é precedido por conflitos internos que parecem intermináveis, é uma época da minha vida impossível de ser ignorada ou contornada com apelos mundanos. Recolho-me nos meus sonhos e pensamentos mais profundos tentando captar lá um fragmento que possa ser usado para solucionar a questão maior. Não acredito e nem espero que todos os apreciadores do Ecce Hommo criem algum tipo de afinidade com “Awakening of the Aryan Gods` Fury”, e isso não me importa. Não procuro alguém específico para direcionar meu trabalho, mas sei que tipo de pessoas serão.


WEGWISIR: A Hecce Hommo teve um de seus melhores momentos com o lançamento do dvd EUGENIC HAMMER, junto com grandes apresentações em Santa Catarina e Paraná, sendo um na abertura para o Besatt em Curitiba, e também um convite para apresentações no exterior. Esse foi o melhor momento da horda Ecce Hommo ou você espera ainda mais ?

J: Quase tudo que foi possível realizar com o Ecce Hommo no período em que fazíamos shows foi feito, algumas oportunidades escaparam, mas isso foi uma consequência e não acaso. Foi um bom capítulo na história da banda mas está encerrado. Estou lançando esses materiais porque gosto de música e porque também sei que algumas pessoas gostariam de ouvir algo novo tanto como se fosse do Ecce Hommo como do K`Taagar. Não tenho espectativa alguma em razão de tudo isso. Será apenas uma história contada com um novo personagem que talvez incite alguns poucos á olharem dentro de suas mentes e duvidarem do sentido de sua própria existência.


Contato : ktaagar_@hotmail.com


segunda-feira, 8 de março de 2010

O Livre Arbítrio

O livre arbítrio é uma coisa muito interessante, sendo que o mais interessante disso, é que não tem como ligá-lo a nenhuma religião "enraizada na terrinha prometida" sem que se façam necessárias desculpas idiotas e sem sentido. Por mais que ele seja citado como "liberdade", seja em livros religiosos ou de "ordens secretas/discretas", fica preso a inúmeros paradoxos. Seriam todas as pessoas "adeptas", seguidoras, usuárias ou qualquer porcaria que seja, do livre arbítrio?

Segundo o pensamento judaico-cristão, Deus criou o homem para ser livre, segundo o mesmo pensamento, Ele puniu o homem por ter desobedecido uma ordem, após obedecer um pedido de uma "cobra falante". Com isso surgiu a desculpa da criação do pecado. Segundo o pensamento judaico-cristão, o pecado surgiu para testar o homem, mas segundo o mesmo pensamento Deus é onipotente e onisciente, sabendo até mesmo o destino dos homens. Mas se Deus realmente conhecesse o destino dos homens, não haveria motivo algum para a existência de um teste, ou seja, do pecado. Além disso, sempre houve o "rumor" da vinda de um Messias, que salvaria o povo. Mas salvaria do quê? Afinal, se Deus fosse onipotente, ele mesmo poderia salvar o povo. Ok, dividindo agora a crença e falando do Cristianismo, Deus teria enviado seu único filho, Jesus Cristo, que ao mesmo tempo seria parte d’Ele, digo, da Trindade. Jesus então seria o tal do Messias, o cara que salvaria toda a humanidade. Salvou mesmo? Ah, Ele "criou" a redenção, não é mesmo? Mas então o destino deixou de existir? Deus deixou de ser onisciente e onipotente?
Deus quer prevenir o mal e não consegue?
Então ele não é onipotente.
Consegue mas não quer?
Então ele é malevolente.
Ele quer e ele consegue?
Então porque o mal acontece?
Ele não quer e não consegue?
Então porque chamá-lo de Deus?
Esta é uma citação muito famosa de Epicuro, e muito interessante para se analisar o paradoxo judaico-cristão. Se Deus realmente for onisciente e onipotente, os homens não são livres, indo ainda mais a fundo, ele conhece o destino dos homens, quase todos – senão todos – pecadores, mas coloca então a possibilidade de rezas, confissões, arrependimentos e sacrifícios para homens que já tem seu destino traçado, escrito e assegurado pela onipotência e onisciência divina. De modo simples, todo homem, sem ter conhecimento, tem seu destino traçado e diversos pecados para o testar, podendo se arrepender ou "qualquer porcaria do tipo", mas que no final das contas vai queimar no inferno - coisa que Deus já sabia premeditadamente devido à sua "onipotência e onisciência". Deus então é o cara mais cruel e perverso que já existiu. Depois de tudo isso, como podem os cristãos acharem que são livres, acreditarem em qualquer coisa parecida com o livre arbítrio, ou ainda ouvir de beatas, coroinhas, "papa defuntos", padres, pastores ou coisas do tipo "que Deus criou o homem para ser livre" e achar que é verdade?

Mas não precisamos nos prender só nas crenças originárias da terrinha prometida. Muitos "pagãozinhos" hoje em dia - como já foi falado em diversos outros posts - fazem a mesma coisa. Além de não saberem nada sobre o livre arbítrio, não sabem nada sobre os deuses, ou mais precisamente, sobre o significado dos mesmos. O que antigamente tinha um significado, hoje é usado de forma pervertida para agregar novos valores à população.

Podemos citar que no princípio os deuses germânicos tinham a "missão" de explicar o que a ciência da época não provava, de modo parecido como acontece hoje. Mas diferente de hoje, não era "economicamente rentável", e nesse caso, não existiam missões para converter os demais povos, muito menos sacerdotes. Com isso, o povo também não vivia a mercê desses deuses, muito menos viviam para os mesmos ou com medo. O que regia as pessoas nada mais era que o livre arbítrio.

Mas não podemos considerar o livre arbítrio como algo "anarquista" ou "faça o que quiser sem consequências". As pessoas viviam de acordo com as leis da sociedade, que por sua vez ia de acordo com as leis naturais. Por não haver pensamentos derrotistas, monetariamente egoístas ou submissões com base sacerdotal, as pessoas seguiam um senso comum por si próprias, mas sempre agindo de acordo com a evolução da sociedade em que viviam. Pode-se então perceber que pessoas que não sofrem influência de lideranças religiosas não agregam pensamentos derrotistas de medo, submissão ou misericórdia para com os fisicamente ou moralmente incapacitados e derrotados; do mesmo modo com que não demonstravam egoísmo e inveja os que não sofriam influências de captação sumária e "obrigatória" de recursos. E a prova disso se dá com 2 perguntas: por que os rituais eram celebrados por membros da família? Por que os povos germânicos invadiam terras hostis e nem sempre as colonizavam?

A primeira pergunta fica fácil de responder. Simplesmente não haviam classes sacerdotais. Cada família realizava seus próprios rituais, assim como cada grupo de combatentes, de mercantes, de migrantes ou demais grupos que precisassem realizar um ritual qualquer, seja ele em oferenda a um deus, agradecimento, ou uma simples apresentação de um filho à sociedade.

A segunda fica com uma analogia um pouco mais complicada. Normalmente os povos desbravavam novas terras, mas não as conquistavam, a não ser que a expansão ou migração se fizesse necessária. Normalmente diriam que isso é uma mentira, e citariam como exemplo os saxões dizimando os celtas onde hoje se conhece como Inglaterra. Mas e os que vieram para a América séculos antes dela ser "descoberta"? Seriam eles tão "racistas" que não queriam viver em uma terra cheia de índios? Então por que existem tantas evidências de ruínas de construções que seguiam os mesmos padrões que se encontram na Europa?

Ao contrário dos povos que foram "instruídos" por certos grupos mercantes – normalmente vindos do Oriente Médio – os povos germânicos não buscavam uma forma de "dominar o mundo", ou de converter os demais povos, muito menos de incitar o medo da fúria divina.

Mesmo tendo seus deuses, seus rituais e sua cosmovisão muitas vezes diferenciada, os povos germânicos viviam pela e para a sua própria sociedade, mas de modo livre e independente. A vontade de se mostrar forte e não precisar de ajuda divina era o que mantinha o sentimento de orgulho dos povos germânicos. Mesmo não tendo ligação direta com isso, uma analogia muito interessante se vê no filme "Conan, o Bárbaro", no momento em que Conan reza pra Crom pedindo ajuda, mas deixando claro que seu deus deveria "se ferrar" caso não o ajudasse.

Pode parecer repetitivo. Mas já notaram que a decadência dos povos germânicos – para não usar o termo "pagão" – se deu quando os mesmos passaram a querer conquistar mais terras e mais riquezas? Com isso começaram a ocorrer muitas assimilações culturais, que normalmente acompanhavam muitas conversões para o Cristianismo – para que assim pudessem se casar com as filhas dos reis derrotados e apossarem-se "legalmente" das terras. Desse modo, o livre arbítrio ia desaparecendo rapidamente. Isso pode significar que o "paganismo" – tão citado por pessoas culturalmente influenciadas pelos povos vindos do Oriente Médio – só se mantém vivo quando se mantém afastado das classes sacerdotais monetariamente obcecadas. Ou seja, o livre arbítrio deixa de existir perante a ganância e a submissão religiosa.

O mesmo Epicuro – que tanto falava da paradoxal crença e submissão divina – percebia que as pessoas facilmente se afastavam da verdadeira função da religião e dos deuses. Ele já citava que os deuses não interferiam diretamente na vida das pessoas, talvez até por não terem motivo pra algo tão mesquinho. Para ele, os deuses deveriam ser vistos como exemplos para os homens de uma sociedade homogênea, pois conviviam em perfeita harmonia, independente de suas diferenças – uma vez que os deuses teriam como objetivo manterem-se eternizados e vistos como modelos. Para ele, dores e sofrimentos físicos poderiam ser combatidos sem a intervenção divina, assim como as mazelas da sociedade. Epicuro também citava que as únicas dores incuráveis eram as dores que perturbavam a alma.

Pessoalmente, acredito que o problema se encontra justamente no conceito de alma. A alma por si só não passa de uma prisão, e quando a mesma se encontra doentia, o homem se torna ainda mais preso e dependente de crenças que tiram de vez a sua liberdade – ou que ferem a liberdade alheia.

Mas cultuar divindades regionalistas ou específicas não são de todo ruim, pois isso gera um certo sentimento de orgulho. Desde que esse orgulho não seja extremista e burro, serve para unir pessoas que possuem as mesmas características em um objetivo comum de sobrevivência e manutenção cultural e racial. Mas isso não é tão simples, uma vez que o orgulho burro surge facilmente quando um grupo qualquer resolve difundir a cultura para o meio externo de forma doutrinadora, onde normalmente surgem "sacerdotes" – e funciona mais ou menos como um modo de converter os demais. Grupos assim normalmente acham que estão agindo certo, mas acabam "impondo o livre arbítrio" para as pessoas – o que desclassifica claramente o ato.

Conforme as crenças germânicas, após a morte, as pessoas podiam viver eternamente nos salões de Walhalla quando puras e merecedoras, ou poderiam renascer para outra nova chance. Com isso, as pessoas normalmente mergulhavam nos seus objetivos sem medo e sem a necessidade de "muletas culturais". Pode-se entender, até mesmo em tempos modernos, que uma pessoa não deve temer a morte, uma vez que após a morte ela apenas passa a "viver em outro contexto". Então, do mesmo modo que nossos antepassados, podemos viver livres e em prol de uma sociedade homogênea – mas sem a necessidade de uma segregação física ou dominação alheia de nenhuma natureza.

Se podemos viver de forma plena e livre, por que alguns sentem a necessidade de recorrer a um "suposto ser" que se diz – ou que dizem – ser onisciente e onipotente? Aliás, segundo escrituras, mandamentos ou leis de livros sagrados de diversas religiões que seguem o deus do Oriente Médio, eu não teria nem mesmo como estar escrevendo um texto como esse. Ou pior, para alguns, talvez eu estivesse sendo influenciado por algum ser "maligno" – mas como eu realmente NÃO acredito em cobras falantes...

A frase "aqui se faz, aqui se paga" é a prova de que o livre arbítrio vive no espírito das pessoas de forma inconsciente – e ofuscado pela ingenuidade. O engraçado é que essa frase normalmente é dita pelas mesmas pessoas que dizem "se morreu foi porque Deus quis". Falando em povo germânico, podemos citar como exemplo Childerico, o rei dos Francos e descendente de Merovigian. Childerico com suas conquistas acabou abusando do poder que tinha como rei, e acabou sendo deposto pelo próprio povo sem a necessidade do uso de armas – mesmo sem a existência de uma democracia. Depois de tal acontecimento, Childerico sabendo do que fez – e pagando por seu ato – foi parar na Thuringia. Mas mesmo com seu histórico de abusos, Childerico era peça vital para os Francos, que decidiram "perdoar" seus erros em prol da própria sobrevivência. Childerico então voltou, trazendo aliados e vitórias, e se redimindo pelos erros do passado. Isso prova que a pessoa paga em vida pelas coisas que faz; mas também prova que todos os povos, mesmo livres, precisam de um líder para os guiar - e que esse líder serve para unificar o pensamento das pessoas numa só direção, e não simplesmente para "mandar".

Uma pessoa livre não precisa fazer de tudo, mas sim o necessário.

Agora eu pergunto: Se a Alemanha tivesse ganhado a II Guerra, ela teria dominado o mundo ou somente derrotado os que tentam dominá-lo? A resposta se encontra nos dias atuais...


domingo, 10 de janeiro de 2010

Receita: Cyser

O Hidromel, conhecido como Met na Alemanha, Mead nos países de língua inglesa ou Mjöd na Escandinávia, é a bebida fermentada mais antiga conhecida no mundo. Basicamente mel e água fermentado por fungos que se criavam no favo em poços ou tambores tampados. Mas a bebida não ficou somente nisso, com o passar dos tempos, cada povo desenvolveu sua própria receita com seus próprios "tempeiros". Um dos tipos diferentes mais comuns foi o Cyser, que eram feito com a adição de pedaços de maçã, ou suco puro da mesma. A bebida era muito comum entre os povos germânicos que mais tarde foram chamados de "francos", ou seja, oeste da Alemanha e boa parte da França.

Diferente do Hidromel, seja seco ou suave, o Cyser é azedo - mais ou menos, conforme a quantidade de maçã colocada - e dá uma sensação de ser mais forte. Seu aroma é facilmente indentificável, o cheiro doce do mel prevalece, mas nota-se facilmente o cheiro da maçã. No paladar a mudança é maior, pois mesmo com o gosto do mel, prevalece um gosto mais ácido - junto com aquele velho conhecido "soco na garganta".

De aparência não difere muito do Hidromel, é um pouco turvo e tem uma cor que lembra um ambar levemente dourado (de amarelo para dourado, assim dizendo). Depois de pronto e maturado não deve apresentar "espuma" ou "bolhas".

Depois de maturado e envelhecido, se torna uma bebida mais "refinada", chega a lembrar até um vinho branco seco, embora de modo diferente. É uma bebida forte, não agrada qualquer tipo de pessoa.

De acordo com BJCP Style Guidelines 2008 - um livro para certificação de juizes de competições de brassagens - lembra um pouco o gosto do Calvados - uma bebida destilada, feita com suco de maçã no norte da França, e lógico, com nome protegido, ou seja, que só pode ser feito no norte da França.

Bom, se fosse para seguir as antigas tradições - o que seria o correto - deveríamos fermentar em barris ou baldes de madeira, preferencialmente lacrados por piche, maturar em jarros metálicos ou de cerâmica e usar o fermento do próprio favo ou do pau de mexer mosto (longa história). Mas isso requer uma certa experiência no trato com bebidas. Vamos então usar um modo mais prático, pelo menos até que se aprenda o processo básico.

Agora vamos ao que interessa: A Receita.

Ingredientes:
- 20L de água (de preferência mineral)
- de 2 a 3 Kg de mel puro
- 1 ou 2 maçãs verdes grandes
- fermento

Antes do preparo, gostaria de falar sobre o fermento. Existem 2 tipos de fermentos que podem ser usados aqui. Ambos funcionam, mas o gosto muda um pouco. O certo seria usar fermento criado do próprio favo de mel, mas isso demora demais, fazendo com que a fermentação dure muito tempo, e antes disso, necessitando que se crie um pioneiro - mas isso tratarei em tempos futuros. Aqui nessa receita recomendo a usar fermento comum de pão - Saccharomyces cerevisiae. Um exemplo bem famoso e encontrado em qualquer mercadinho é o fermento biológico Fleischmann.

Preparo:
- Coloque para ferver uns 4 ou 5 litros de água.
- Pouco antes da fervura, adicione todo o mel e mexa com uma colher de pau até que se dilua. Isso leva entre 3 e 5 minutos.
- Desligue e deixe esfriar tampado (senão virão muitas abelhas). Lave bem todo o material usado, pelo mensmo motivo.
- Depois de frio, nota-se que há uma espuma branca, que deve ser totalmente tirada.
- Coloque essa mistura no fermentador, e misture com mais uns 10 litros de água.
- Certifique-se de que está na temperatuda ambiente, então coloque o fermento. Pouco, algo como uma colherzinha de café. Misture bem.
- Corte a(s) maçã(s) em cubos e jogue na mistura.
- Lacre bem, para que não haja intercâmbio com o ambiente.
- Cubra tudo com um pano escuro, ou um saco preto. Ou deixe em um lugar que não haja contato com a luz. Deixe fermentar.

Fermentação:
- Não existe um tempo exato de fermentação, mas normalmente dura uns 90 dias.
- O fermento irá se multiplicar na primeira semana.
- Nos primeiros dias o fermento estará em cima da mistura, e aos poucos vai baixando para o fundo, deixando a bebida extremamente turva nesse período.
- A bebida vai ficando translúcida conforme a fermentação vai chegando ao fim.
- Durante esse tempo é bom que sejam tiradas pequenas amostras para prova. Não tenha medo, ela pode ser bebida mesmo não estando pronta.
- Após o término da fermentação, a bebida deve ser decantada, para que diminua ao máximo a quantidade de fermento. Após isso, deverá maturar.

Maturação:
- Divida a bebida fermentada em garrafas ou garrafões de vidro, novamente cuidando para que não sejam enchidas até a boca.
- Deixe descançar por 1 ou 2 semanas.
- Caso haja depósito de materiais (fermentos ou impurezasa) no fundo das garrafas, decante mais uma vez.

Pronto. Já pode ser bebida. Mas como qualquer vinho, quanto mais tempo maturando, mais "fina" fica. O gosto muda drasticamente com o passar de 2 ou 3 meses de maturação, e mesmo sendo forte, ela fica mais suave - quem entende de vinhos ou whisky sabe o que quero dizer.

Cuidados:
- Para a cuba de fermentação, no caso de um garrafão, use o tipo PET (transparente, e meio "molenga" quando cheio), pois o PP ou PVC (fosco) é microscopicamente poroso e propócio a contaminação.
- Jamais use água tratada (principalmente da rede, pois possui cloro, fluor e demais componentes químicos que matarão a levedura)
- Certifique-se que a água seja mesmo minral, pois existem muitas empresas que comercializam água tratada em garrafões de 10 e 20 litros.
- Dê preferência para águas minerais com um PH mais neutro
- Se for usar água de nascentes, ferva toda ela, além de se certificar que é uma nascente limpa e sem muito contato com animais maiores como cachorros, gatos, vacas e pessoas.
- Não aconselho o uso de água de poços, mas no caso do seu uso, ferva e depois dacante.
- Não encha a cuba de fermentação acima de 3/4 dos recipiente, sob risco de vazamento, e com isso a contaminação, ou até mesmo de explosão em casos mais extremos.

Para fazer a cuba de fermentação:
- Pegue um garrafão de água.
- Faça um pequeno furo na tampa e coloque uma mangueira de aquário que deve ficar dentro do garrafão e sem contato com o líquido.
- A outra ponta da mangueira deve ficar dentro de um copo com álcool. Isso servira para que, sem contato com o ar, seja liberado o gás da fermentação, evitando assim vazamentos e possíveis explosões.
- Isole a mangueira e a tampa com fita ou massa.

A seguir, uma imagem de como fazer a cuba, e 2 fotos da bebida pronta.




























É só. Boa bebida e boa ressaca...

Pomeranos

Como essa semana se inicia a Festa Pomerana - uma das poucas festas que ainda mantém alguma tradição e não está voltada somente para trazer turistas beberrões e ferristas de outros estados - decidimos falar um pouco do povo pomerano. Essa é a festa mais alemã da região. Espera aí, alemã ou pomerana?

Ao contrário do que muitos pensam, pomeranos não são bem, digamos, alemães. No Brasil são chamados de alemães por serem parecidos etnicamente e culturalmente com alemães, por terem um idioma germânico, e por agirem também de modo semelhante no trato social, sua arquitetura também é semelhante. Além dessas semelhanças, os pomeranos foram expulsos da Polônia ao fim da II Guerra de forma desumana, o que ajudou um pouco no pensamento de que os pomeranos são alemães - até porque, eles utilizavam cidadania alemã por aqui. Outro fator é a ignorância comum dos "países do novo mundo", que acham que todo alemão é loiro e todo loiro é alemão; e como os pomeranos são tipicamente loiros e muito brancos...

Do ponto de vista genético, os pomeranos são aparentados com os poloneses. Os Wendes, povo nômade oriundo do lado oriental, ocuparam a região histórica da Pomerânia ao longo da costa do Mar Báltico entre os rios Oder e Vístula desde o século 6 dC. Os poloneses os ameaçavam constantemente, pois queriam parte da Pomerânia que lhes daria o acesso ao mar. Isso durou até meados do Século XXI, quando os povos germânicos estavam em crescente expansão e coemçaram a se espalhar pela região da Pomerânia. Mesmo sendo eslavos, os pomeranos foram os maiores inimigos dos poloneses, e para garantir seu território e fazer frente aos poloneses, os pomeranos "se entregaram" pacificamente aos povos germânicos, que estavam mais desenvolvidos na agricultura e na guerra, e com isso foram muito influenciados pelos mesmos. Acredita-se que o idioma pomerano, Pommerisch, foi fortemente influenciado pelo alemão, Plattdeutsch.

Com aproximadamente 900 anos de convivência, e certeiros casamentos entre pomeranos e alemães, a maioria dos pomeranos puros ainda conseguiram se manter até os dias de hoje, uma vez que podemos notar que os pomeranos tem traços muito mais bem definidos que os alemães - geralmente são bem mais brancos, são de maioria loira, e embora tenham estaturas parecidas, são mais facilmente reconhecíveis do que os alemães em si.

Como faziam parte do Reino da Prussia, ficaram de vez conhecidos como alemães, mesmo depois quando grande parte do seu território foi anexado à Polônia. Com isso, ao fim da II Guerra a região da Pomerânia, praticamente destruida, foi dividida, sendo que uma pequena parte ficasse com a Alemanha Oriental, e a maior parte com a Polônia. Os poloneses resolveram expulsar os pomeranos do "seu território" de modo cruel, tomando casas e tudo que podiam, fanzendo com que muitos pomeranos fugissem somente com a roupa do corpo e algumas bugigangas. Com isso muitos se instalassem na Alemanha Ocidental, outros procuraram abrigo em colônias germânicas pelo mundo - como Brasil e EUA.

Quando atracaram no Brasil, em meados do Século XIX, assim como os alemães, os pomeranos tiveram os mesmo problemas de adaptação, como sobreviver com carne de pequenas caças, feijão e aipim, até que voltassem a cultivar suas batatas e seu gado, o que demorou muitos anos, já que precisavam pagar as terras que lhes foram cedidas para colonizar, abrir ruas e afastar os índios - no fim, assim como os alemães, também foram enganados, perderam terras e continuavam pobres, mesmo depois de tanto trabalho árduo. Junto com esses problemas, as diferenças entre os católicos e luteranos causaram diversos conflitos e dividiram colônias.

Em alguns lugares, ou algumas famílias, existem certas rixas entre alemães e pomeranos. A maioria delas provenientes de preconceitos que envolvem dinheiro, principalmente aqui no Sul, onde os alemães já se encontravam "fixados" bem antes dos primeiros imigrantes pomeranos, e com isso já possuiam um certo capital. Outro preconceito seria mais cultural, pois os alemães eram um pouco mais instruídos - como exemplo podemos citar que não existe uma grafia oficial do idioma pomerano; e quando isso acontece, normalmente só os pomeranos conseguem ler, mesmo os idiomas sendo rasoavelmente semelhantes quando falados.

De qualquer modo, com culturas muito parecidas, não houveram tantas divisões para que os povos não se entendessem. Em Pomerode, que fica na região de Blumenau - e que na época era uma colônia exclusivamente alemã - deu-se uma certa mistura e pode-se ver que o idioma que predominava entre as famílias era o Plattdeutsch. Creio que devido a isso os pomerodenses sejam considerados tipicamente mais como alemães, mesmo que não geneticamente puros, mas culturalmente assimilados.

A própria Festa Pomerana, de Pomerode, em si, traz muito mais eventos baseados na cultura colonial germânica do que pomerana. Nesse caso, acho que pode ser chamada de "a festa mais alemã do Brasil", assim como afirmam que sua cidade é "a cidade mais alemã do Brasil". Felizmente a Festa Pomerana presa, embora não totalmente, muito mais os bons costumes e a cultura germânica, num ambiente onde não vemos música eletrônica, sertaneja, trilhas sonoras de filmes homossexuais ou "pagodes", não vemos abusos do povo, não vemos sacanagem e até os políciais são alegres por, normalmente, não se incomodarem com os participantes da festa. Esperamos que seja sempre assim, já que a Oktoberfest - até mesmo a de Blumenau, que "se esforça" para manter os costumes - está deixando de ser uma festa germânica.

De qualquer modo, sejam pomeranos ou alemães, ajudaram não só a criar a região, como desenvolveram e consolidaram a mesma. E com isso, são dignos não só de reconhecimento, como também de admiração.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

A Alemanha no Sec. XIX

A Alemanha, com o domínio dos romanos que atingiu estados alemães, procurava, através da sua confederação, auto afirmar-se no cenário europeu. Opôs-se ao projeto expansionista do Império Romano no mundo, garantindo a sua autonomia. Como nação livre, desenvolveu, muitas vezes, uma hegemonia política e territorial, garantindo espaço aos alemães. No início do século XIX, derrotadas as intenções protecionistas de Napoleão, faltava à Prússia derrotar o ministro Müternich, então ministro austríaco, que coordenava a Confederação Germânica, criada em 1815 e mantinha os alemães divididos.

Na Prússia, os Junkers (denominação que se dava aos grandes proprietários nobres) eram contrários à unificação alemã. A Confederação Germânica era uma inspiração austríaca e era formada de 39 estados soberanos, representados na Dieta de Frankfurt, porém sem força política. De outra forma, a Prússia assumia princípios claramente absolutistas. Apenas os estados sulinos da Alemanha assumiram em suas constituições idéias conservadoras francesas. Já a Prússia, pela sua visão mais liberal, experimentava um palpável crescimento econômico. A própria união aduaneira, criada nesta época, veio contribuir para lançar as bases da unidade econômica, das quais se excluía a Áustria. Em 1840, coroava-se Frederico Guilherme IV, que apoiava a unificação, oferecendo novo talento ao liberalismo, porém de pouca duração, uma vez que o próprio rei alia-se à aristocracia alemã, deixando ao Landtagpapel de mera assembléia consultiva.

A partir de 1847 iniciam-se constantes agitações republicanas e socialistas, provocadas pela revolução industrial, uma vez que as máquinas substituíam, lentamente, o trabalho braçal. Nestas perturbações questionava-se o desemprego, a redução de salários e a carestia provocados pela nova mentalidade capitalista.

Em 1848, Karl Marx publica o seu famoso Manifesto Comunista. Nele Marx alerta os trabalhadores da exploração capitalista. Conclama os alemães a se manterem unidos juntamente á pequena burguesia para, conjuntamente, destruírem o absolutismo e os restos feudais ainda existentes na Europa. Nesse ano, forças reacionárias socialistas de Paris expandiram-se pela Prússia. Opunham-se e lutavam contra o domínio dos Junkers, exigindo a implantação do parlamentarismo. Os ânimos acirravam-se a tal ponto de o povo erguer barricadas contra o exército. Com o objetivo de desarmar os ânimos exaltados, o rei prometeu uma constituição elaborada pela Assembléia eleita por voto universal e uma nova Alemanha liberal. Porém, em 1848, o próprio rei dissolvia a Assembléia e restaurava, parcialmente, o absolutismo contestado pelo proletariado e pela pequena burguesia. Controlava-se o legislativo e se classificava a população pelo seu poder econômico. Em 1848, Frederico reprimiu uma rebelião popular. Recusando a coroa de imperador, dissolvendo a Assembléia. Chega 1850 e encontramos uma Alemanha dividida em dois grandes eixos: o prussiano e o austríaco. Desencadeiam-se, nestes territórios, amplas perseguições contra o nacionalismo alemão. O grande estadista da unificação alemã viria a ser Otto von Bismarck. Afastou a burguesia da política e associou os donos do poder econômico aos Junkers. Desta forma conseguiu transformar a década de 1850 a 1860 num grande período de real desenvolvimento econômico.

Na Silésia e no Ruhr surgiram os primeiros grandes conglomerados empresariais. A uniãoaduaneira estendeu-se até Hannover. Otto von Bismarck tornou-se, como primeiro-ministro, o homem forte da Alemanha. Entendia que as mudanças necessárias na Alemanha deviam ser implantadas pela força militar e não com discursos e decisões supérfluos.

Reorganizou o exército prussiano e enfrentou o parlamento com a ditadura. Neutralizou Napoleão III e o Czar, fez frente à Áustria, vencendo-a em relação ao Zollverein. Declarou guerra à Áustria, derrotando-a em 1866. Criou a Federação Alemã do Norte, liderada pela Prússia e ligada ao Sul da Alemanha. Como o Sul da Alemanha possuía maioria católica e o norte, maioria evangélica, o Sul não se conformava com o domínio da maioria protestante. Com o objetivo de irmanar as duas Alemanhas, Bismarck declarou guerra contra a França. A estratégia alcançou seus objetivos. A guerra franco-prussiana (1870-1871), decisivamente, trouxe a unificação e a convivência pacífica entre protestantes e católicos. Em 1871, Guilherme I foi coroado, em Vesalhes, Imperador da Alemanha. Passou a dominar a maior parte do Vale do Reno. Grande vitória. Transformou a Alemanha em Estado Federal (Bundesstaat), formado por 26 estados soberanos. Com a nova organização política que se passou a desenvolver, os três últimos decênios do século XIX, a Alemanha experimentou um virtual crescimento econômico. Expandiram-se as estradas de ferro. Aconteceu a unificação de bancos, havendo maior controle financeiro e palpável aumento das receitas. Cresceu a indústria carbonífera, entre tantos outros. Esquecia-se, porém, uma justa reforma agrária e distribuição de renda. Os grandes proprietários possuíam a maior parte das terras que permaneciam improdutivas, enquanto dois milhões de pequenos agricultores, com dificuldades, sobreviviam nas diminutas áreas que cultivavam, muitas vezes insuficientes para o próprio sustento. Continuava a exploração sobre o homem do campo e o operário, que recebiam baixa remuneração e sem garantias. Tudo isso gerava novas crises e fome. Constantes eram as agitações operárias, normalmente acompanhadas de ideologias socialistas, como alternativas para dias melhores, de maior justiça social. Enquanto se esquecia do proletariado, o governo de Guilherme II completava (1871 – 1914) a unificação política interna da Alemanha, ensejando uma política de expansionismo imperialista que, no século seguinte, conduziria o país à catastrófica Primeira Grande Guerra Mundial.

Historicamente, a Alemanha era um conjunto de estados em constante convulsão sócio-política no século XIX, século da emigração de muitos alemães para as novas terras. Evidentemente, os acontecimentos vividos na Alemanha eram amargos e doloridos, todavia, contribuíram para consolidar a grande nação alemã, unificada, forte e rica de hoje. Este intróito histórico julgamos necessário para compreender um pouco melhor as causas das imigrações alemãs. Muitos alemães não suportavam as conseqüências desse processo de transformação. De outro lado, o espírito empreendedor de muitos alemães, extrapolando o próprio momento histórico, conduzia centenas de cidadãos conscientes de sua responsabilidade social e, sobretudo, familiar para o além-mar. Colônias do além-mar, ofuscavam com promessas de glória e cativavam os emigrantes europeus, uma vez que a pátria européia, tão tumultuada e massacrada, não oferecia perspectivas de estabilidade político-social e econômica, nem garantias sólidas para a construção do futuro do cidadão e de sua descendência. Aqui estariam distantes do turbilhão de éias convulsivas de toda a ordem que gravitavam na atmosfera européia. Aceitar o aceno do Imperador da Colônia Portuguesa, sem dúvida, seria um bom alvitre. As propagandas alvissareiras sobre o Brasil eram cativantes. Era preciso conferir “in loco’.

Créditos ao camarada Lohmann, que enviou esse texto a um bom tempo atrás...

sábado, 2 de janeiro de 2010

Lebensessenz

Hoje, para abrir o ano, teremos uma matéria diferente. Uma espécia de "auto-entrevista" com N.Schner conhecido por inúmeros projetos, entre eles Valium, Hyperborean, Ecce Hommo e também por outro projeto, que é o alvo dessa matéria. Como a matéria é um pouco extensa, por motivos de estética, postarei Somente algumas partes da mesma aqui na tela principal do blog, a matéria completa pode ser encontrada no "aqui no link" - aconselho que todos leiam a matéria completa, pois é extremamente interessante. No arquivo original, além do texto completo, podemos ver as capas de cada trabalho lançado. Com a palavra agora, N.Schner.

Meu amigo Lohmann fez-me um convite muito especial: elaborar perguntas que eu mesmo pudesse responder, acerca do projeto Lebensessenz. Tomado por outras atividades, levei certo tempo para que, enfim, durante uma viagem, eu desse início a algo que eu conseguisse expressar melhor a minha fala: um texto a respeito.

Muitas vezes somos tomados pelo impulso de criar algo, sem que estejamos a desejar no entanto, dar continuidade a essa criação. Existem momentos em que nós nos queremos servir da arte apenas como um refúgio temporário, instantâneo. Assim ocorreu comigo.

No inverno de 2003, em uma noite, eu improvisava notas em um teclado que havia ganhado durante a infância. Gravava, naquele instante, minha primeira demo. Não era algo que eu pretendia dar continuidade. Era apenas a expressão de um sentimento, em uma noite de solidão. Assim, chamei o projeto de Lebensessenz, pois era aquela composição a vida de um momento meu – parte de uma essência de vida. Criava o meu primeiro trabalho, de nome "Einsamkeit, Hass und Dunkelheit sind meine Lebensessenz" (Solidão, ódio e escuridão são a essência da minha vida). Eram estes os componentes dos meus dezessete anos de idade, quando eu dava os meus primeiros passos com a música. [...]

Um ano depois, eu decidia gravar meu próximo trabalho - o primeiro em piano. Inspirado por dias desolados, acolhia-me as leituras a respeito da Antártica, o continente gelado. Em uma noite, gravei quatro músicas. Sem computador, nem contando com quaisquer outros recursos, registrei-as através de uma câmera de vídeo colocada sobre o piano. Todas foram praticamente compostas e gravadas ao mesmo tempo, em momentos de inspiração. Este trabalho levou o nome de "Terra Nullis" ou "Terra de ninguém" em latim.

Ainda em 2004, eu gravava um outro trabalho: "Wenn der Wald zum Traum wird" (Quando a floresta se transfigura em sonho), com uma única música que ultrapassa os 20 minutos. Foi feita com os mesmos recursos parcos. [...] No mesmo ano, outras composições foram gravadas sob o mesmo método, mas, por novos problemas com fitas, todas foram perdidas.

Desde então, o projeto passou a ser composto exclusivamente com o piano que, para minha sorte, me era possível ter em casa. Cabe aqui fazer um pequeno retrocesso. Quando pequeno, recebi algumas poucas lições de piano. Eu as aprendi com o meu pai. [...] Mas eu, naquela época, não desejava tocar ou aprender qualquer instrumento. Tinha preferência por jogos eletrônicos ou quaisquer outras distrações. [...]

Em uma noite (o leitor irá notar que, em grande parte, minhas composições nascem de momentos noturnos), no ano de 2005, eu dava início a um novo trabalho. [...] Agora, fazia-o com o uso de um computador. "Der Abend des Abschieds" (A noite da despedida). Como pano de fundo, saudades, paixões platônicas e a junção de dois belos poemas: "A noite", de Joseph Eichendorff, e "Despedida" de Emmanuel Geibel. [...]

Segui adiante. O piano passava a ser o instrumento da minha expressão. No ano próximo, gravava o meu "Le besoin perpetuel" (A carência incessante). Embora eu não concorde, ainda ouço algumas pessoas dizerem ser ele o meu melhor trabalho. [...] Trata-se de um trabalho obscuro e, de certo modo, inclinado para a solidão.

Na época, nascem os primeiros rabiscos de um romance que eu viria a escrever, do qual, hoje, tenho apenas fragmentos, pois sua única cópia foi entregue a uma pessoa em especial. Ainda em 2006, era lançado "Das Drama der Einsamkeit" (O drama da solidão). [...] Com sorte, me foi possível ser lançado no formato cassete, através do selo After Many Funerals, da Bulgária. Pela amplitude da distribuição feita, o projeto passou a ser mais conhecido. O lançamento deste trabalho foi um marco na história do projeto.

Em 2007, duas grandes obras foram compostas e lançadas: "Die Räuber" (Os bandoleiros) e "Die letzten Momente von Werther" (Os últimos momentos de Werther. A primeira [...] referente a determinados momentos da grandiosa obra de Friedrich von Schiller, que leva o mesmo título. A segunda, [...] com base no já referido romance de Goethe [...] situa nos momentos finais desse clássico [...]. Desta composição, relembro ter ouvido elogios do meu pai. Quando depois de adulto, desejei retornar ao piano. Pedi-lhe que me ajudasse em alguns exercícios, mas ele parecia pouco indisposto, talvez por pensar que iria ocorrer a mesma situação que experienciara quando eu ainda era uma criança. Mas, quem sabe, ao rejeitar a ajuda, ele quis me incentivar a seguir meu próprio caminho. [...]

Um ano depois, duas compilações eram lançadas. A segunda parte, em especial, é composta basicamente de introduções e interlúdios, feitas para outras bandas; Ainda no mesmo ano, era composto "Tu deorum hominumque tyranne Amor!" (Tu, amor, tirano de deuses e homens). Dez faixas de uma música de piano profundamente melancólica e introspectiva. Cada composição retrata um momento especial em minha vida. Tempos difíceis. Fora o término de dois relacionamentos e o nascimento de minha filha. [...]

Em 2009, muitas composições foram criadas. No entanto, um só álbum foi inteiramente composto e gravado: "Dein Leben war für mich ein Beispiel" (Sua vida foi um exemplo para mim). Trata-se de um album em homenagem ao meu pai. [...]

Na medida em que me é possível, tenho feito a divulgação através da Internet e de algumas livrarias, onde disponibilizo meus trabalhos. Também muitos amigos bondosos, e mesmo pessoas que desconheço, estão me ajudando, recomendando minhas músicas a pessoas próximas. Para 2010, tenho vários planos. A criação de dois novos álbuns é um deles. O outro, a elaboração de um trabalho em conjunto, com minha amiga e poetisa Luciana Rocha. E, quem sabe, algum evento em que eu possa participar.

Cabe-me aqui, também, fazer uma pequena reflexão sobre os meus métodos de composição. Dias atrás, uma bela moça americana me escrevia. Dizia admirar o que faço, tendo dito sentir a melancolia das minhas músicas. "Espero", completou ela, "que um dia eu possa tocar tão bem quanto você". Eu a agradeci, de coração, pelas palavras. Disse-lhe que, contudo, não havia segredos no que costumo fazer. Minhas composições são simples e, acredito, qualquer pessoa, com seis meses de prática, terá um desempenho melhor que o meu. A ela, disse que, talvez, minha única receita seja encarar o piano não como um simples instrumento. Como exemplo, contei que quando passo por situações difíceis ou dias felizes, eu o toco. Quando estou quieto, também, com todo o meu coração. Eu me abri com o piano, como talvez não o tivesse ou pudesse fazer com muitos dos meus amigos mais próximos. Há coisas que somente eu e ele sabemos. [...] Escrevi músicas ao início, meio e fim de relacionamentos, na morte do meu pai, no nascimento da minha filha, sob efeito de cartas de amigos (as), leituras, filmes e assim por diante. Se há um segredo, este é o de manter-me próximo do supra-instrumento com o qual eu me abro. A técnica foi apenas um meio que me foi possível conseguir [...].

Para os interessados, deixo aqui meus endereços para contato e, além da página oficial do Lebensessenz, é possível checar alguns dos meus textos.

Por fim, agradeço o convite daquilo que, inicialmente, seria uma entrevista, além da paciência pela longa espera. Também agradeço a todas as pessoas que têm apoiado meu trabalho, ouvindo e me enviando suas impressões a respeito do que faço. Para os interessados, sintam-se à vontade para trocar informações, discutir e filosofar.

E-mail: n_schner@hotmail.com
Website Lebensessenz
Website pessoal


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